sábado, 19 de dezembro de 2009

CREPÚSCULO

Aquelas tardes!
Gostaria de voltar àquelas tardes de domingo,
Quando o sol parecia menos intenso, denso.
As horas perdidas naqueles minutos,
A noite eterna em poucos segundos, profundos.

 
Doces tardes!
No vôo sobranceiro dos pássaros,
O assobiar da melodia triste, persiste.
Na palma da mão o destino,
No pé descalço mais um passo, cansaço.
 
Saudosas tardes!
Um brinde a cada eternidade,
A vida em futuras lembranças, esperança.
O passado em tons amargos de chocolate,
O futuro nas doces notas da percepção, aflição.
 
Inimagináveis tardes!
Quando a maior distância entre nossos lábios
Era o medo do desconhecido feroz, algoz.
Entrelaçando-me em teus olhos,
Em trincheiras de sensações, ilusões, paixões.

Fim de tarde!
Quando as flores jamais murchavam,
Os espinhos jamais machucavam, sangravam,
Os beijos cálidos à exaustão,
À sombra do teu adeus insensível, inesquecível.

Crepúsculo!
Desperta-me!
Aurora de novos tempos!

(Caio Dimitri)
OBS: o título não é nenhuma alusão ao famoso livro/filme, tampouco inspirado neles. O texto foi escrito antes da badalação ao livro que, inclusive, nem conheço. Ao ler, vê-se que não há nenhuma referência a supracitada obra.

Um comentário:

  1. Deve ser por isso que juntam a poesia e a pintura em um único grupo, arte. O pintor recita versos com suas tintas. Enquanto o poeta pinta imagens com suas palavras!

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