quinta-feira, 4 de agosto de 2011

ESFINGE


Daqui da sombra:

O Sol não cega
A Lua não apaga
O tempo não abala
O pulso não acelera
O coração não dispara
A dor não dilacera

E o sopro frio insiste...

...a consciência persiste:

A sorte não espera
O gelo não quebra
A cor que desbota
A alma que renega
A música então para
O amor sempre cala
 
E você, como sempre, finge!

(Caio Dimitri)

SAUDADE


Aquele segundo que não contei
Hoje soa em silêncio tão aveludado
E o retrato que dizes passado
Chamo simplesmente de saudade.

(Caio Dimitri)

FUTURO DO PRETÉRITO


Brindo a cada vívida lembrança!
Mesmo que a consciência me seja breve
Mesmo no lacônico desabafo que me atreve
Ainda reconheço aquele tenro olhar.

Com as mãos suplico ao tempo
Permissão pra me deixar passar
E ao mundo ainda poder abraçar
Revivendo minha eterna pequenez.

E o sorriso tímido que me assola
Tão discreto quanto minha insegurança
Renova a descoberta em cada esperança
Mantém meu brilho imaculado sobre o mundo!

(Caio Dimitri)