quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

 
Folhas.
Secas.
Árvore estripada.
Flores.
Mortas.
Terra esterilizada.

Ah, meu belo jardim.
De cínicas larvas
E borboletas tortas.
De pássaros sujos
E vespas perigosas.

Vistoso e singelo.
Estás tão belo!
Teu hábil jardineiro
Dedicou-se por inteiro
A cultivá-lo maldito.

Ah, os preciosos espinhos!
Espalhados pelos caminhos
Freneticamente afiados
No solo infértil forjados
À sombra do mesquinho.

Mas eis que, de repente
A luz outrora fugiente
Semeia as velhas cinzas
Das asas do novo Benu.

Meu jardim, agora, é primavera.
Onde o amor, hoje, prima, à vera.