segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

A BELA E A ROSA



As rosas brotavam de seus cabelos,
E as pétalas confundiam-se com sua pele.
Os anjos entorpecidos ao seu redor, pasmos, indagaram:
- A bela ou a rosa?
E, por um instante, o mundo também parou, embevecido.
Os sons que desprendiam-se daquele retrato
Bailavam incessantemente, sublimes.
A rosa parecia murchar-se diante do perfume sobranceiro que emanava daquela tenra menina, mulher.
As pálpebras intrépidas que cobriam os olhos pareciam incapazes de conter a pureza que transbordava daquela alma.
A flor entre seus dedos contemplava, mostrava-se frágil diante de tamanha perfeição.
Tão bela, parecia movimentar-se em seu estatismo, suavemente, como as estrelas no infinito.
Naquele momento, o Criador, absorto, hesitou:
- A rosa ou a bela?
Aclamando-a como se fosse a única e última de suas criações.

(Caio Dimitri)

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